segunda-feira, junho 25, 2007

Tem a vida um propósito?

Tem a vida um propósito?

Fazendo essa pergunta, que Freud nos fala sobre a felicidade e o sofrimento.

A pergunta mais correta seria: O que pedimos da vida e o que desejamos realizar?
Uma das respostas mais adequadas seria uma única palavra: Felicidade.

Se pensarmos como sendo a felicidade sendo a ausência de sofrimento ou sentimentos intensos de prazer, observamos que a felicidade não é possível como propósito de vida.

Primeiramente porque a felicidade constante não é possível de ser atingida, e se fosse atingida ela resultaria somente em um sentimento de contentamento com o passar do tempo.
Afinal comparamos sentimentos para sabermos o que estamos sentindo. Precisamos do sofrimento para sabermos o que é a felicidade.

Então chegamos ao ponto que precisamos definir o que é o sofrimento.
1- Uma sensação.
2- Não satisfação das nossas necessidades.

Também temos a necessidade de saber a origem do sofrimento, sendo ele Interno ou Externo.

Caso seja a 1ª opção independente da origem, usamos algum métodos para amenizar o sofrimento e o desprazer.
Intoxicação: Usos de entorpecentes, para alterar temporariamente a sensação que nos atinge.
Arte: A arte também nos afasta do sofrimento, porém sem nos fazer esquecê-lo.

Sendo a 2ª opção de origem interna, um controle interno de nossas necessidades aliviaria o sofrimento.

Sendo de origem externa, podemos buscar a total independência do mundo externo.
Pois o mundo externo e a sua realidade nos traz sofrimento.
Com isso buscamos formas de mudar ou distorcer a realidade para que ela nos seja mais confortável.
Nessa busca pela mudança de realidade, podemos usar as religiões, que trazem promessas de felicidade eterna.

Podemos basear a vida em um amor, porém, isso é um erro terrível, pois, ao perder o ser amado, estaremos mais frágeis do que nunca.
Podemos usar a beleza como uma arma contra o sofrimento, porém, definições de beleza não são únicas e principalmente são extremamente volúveis.

Freud chama essa eterna busca pelo prazer e amenização do sofrimento de "Princípio do Prazer".

O princípio do prazer é uma contradição, pois ao mesmo tempo que é impossível alcançar sua plenitude, não podemos deixar de buscá-lo.
Então, o mais adequado seria o balanceamento entre buscar a felicidade e amenizar o sofrimento. Não existindo uma fórmula ou uma receita para melhores resultados.

2 Comments:

Blogger Gusttavo said...

Isso é uma boa questão,
mas dá margem para alguma horas de conversa (muitas horas).
Já ouvi várias teorias sobre isso.
Os filósofos da antiguidade já diziam: "Ocupe-se de pouco para ser feliz".
Falavam, que quanto mais coisas estiverem em seus pensamentos e objetivos, mais longe você

estará da felicidade. Criar expectativas demais ou se preocupar demais com as coisas ou mesmo se

sentir muito bem com algo que realizou, faz com que as pessoas não atinjam a felicidade plena.

estar bem com sigo mesmo, e com a sua existencia, não se deixando abalar por coisas boas e ruins

faz com que sejamos efetivamente felizes. Se acostumar com a idéia da morte, a sua e a de seus

próximos é uma forma de se manter imparcial nas horas de sofrimento.
bom isso é o que eles diziam né. =/

Já vi também um renomado psicólogo americano defendendo: aprenda a viver com o sofrimento, e se

concentre em realizações a longo prazo para ser feliz. A busca das pessoas por felicidade, e

principalmente pela diversão, faz com que consigam momentos quase que isolados de "felicidade".

Uma sinuca depois do trabalho, é para muitos é ser feliz. Poder pescar todo final de semana,

aconteça o que acontecer, para outros é ser feliz. Mas com isso, você está apenas tendo algumas

horas não de felicidade, mas de um desligamento dos seus problemas. Isso não traz felicidade.

Alias até afasta as pessoas do que realmente querem. Conquistas sólidas, construídas durante uma

vida inteira é que vão trazer algo mais parecido com felicidade. Isso obviamente, não tem a ver

só com as coisas materiais. Ter uma família bacana, unida, "feliz", ter um circulo de amigos,

companheiros, ter um bom casamento, ter o sucesso profissional (que é diferente de financeiro),

são coisas que vão fazendo com que a pessoas se "sintonize" com ela mesma e isso traga uma

realização plena. E por que conviver com o sofrimento? Por que ninguem consegue isso tudo

simplesmente do nada. São coisas que se aprende com o tempo, com os tombos que se leva.
Só seremos felizes no final da vida?
Na verdade, a "felicidade" estará também no processo de chegar lá, e não só no estar lá, a partir

do momento que você tiver essa consciência. Este aprendizado, só se consegue, encarando seus problemas de frente, eliminando certos "fantasmas" da sua vida. Tantas pessoas carregam milhares de frustrações, rancores, odeiam seus modos de vida, e não tem muita a consciência disso. Simplesmente porque fujiram de uma forma ou de outra e se dizem felizes porque sempre estão se divertindo. Diversão, como todos sabemos, é bem diferente de felicidade.

Mas olhando pelo lado dos filósofos, qual é a graça? Acho q se todos ouvissem a eles, teríamos nações muito felizes, porem a humanidade não evoluiria muito.

3:07 PM  
Blogger Unknown said...

Bom...
A questão do amansamento das pulsões e, portanto, da busca do que está no seu texto como princípio do prazer, não é exatamente o que Freud chama "felicidade".

O princípio de prazer, vc o chamou contraditório... Verdade. Ele não pode ser encarado como felicidade pelo simples fato de que a ausência de qualquer tensão, externa ou interna, seria e se daria somente na morte... o que pra muitos não é bem sinônimo de felicidade...

Eu mesma acho que depois de morta não estaria bem feliz, não...
O que levanta a questão de um adiamento das pseudo realizações pulsionais ad infinitum ... depois da morte, na sua próxima vida, no paraíso, você ainda pode continuar tentando realizar todas as suas vontades... e lá, provavelmente, realizar-lá-as, de fato...
Afinal, é o paraíso!

Aí, surge a questão do "sentimento oceânico", a impregnação da religiosidade como busca eterna pelo prazer e felicidade...

É, de fato, as coisas são mais fáceis para os ignorantes...

Vale ressaltar que escrever sobre as "pseudo realizações" se dá simplesmente pelo fato de pulsão nenhuma se realizar por completo, todas serem parciais e portanto incidirem no sujeito, incessantemente, pressionando-o para a busca de novas pseudo realizações, a plenitude portanto, só na morte mesmo, assim, não se busca mais nada...

8:46 PM  

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